Dentro de mim
navegas como um barco
incerto, à deriva...
Ondas gélidas e enfurecidas
que vêm e vão...
nessa turbulência
eu, que me fecho em ostra,
fazendo um esboço em minha face
de um sorriso esmaecido,
açoitando em minha alma essa solidão...
momento insone em que lágrimas
fazem arder as minhas retinas
em gotículas que ferem como agulhas
dentro do meu coração...
num choro compulsivo dessa lembrança
Dor que ainda sinto daquele Adeus...
desmoronando em cada arrebentação!
por RENATA MARIA PARREIRA CORDEIRO
http://blogrenataeuedai.blogspot.com/
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Graça disse...
Que lindo poema, Renata... com imagens belíssimas...
"navegas como um barco incerto"..."que me fecho em
ostra"..."acoitando em minha alma essa solidão"...
apetecia-me reproduzir todo o poema.
Gostei sinceramente.
©tossan disse...
Certa vez um amigo português me disse: Não te afundes na escrita, seja mais positivo e a tua poesia pode ficar mais presente. No momento não aceitei e hoje percebo o quanto ele estava certo, porém confesso, ainda não me libertei disso totalmente.Repasso a você de coração, porque a tua poesia é bonita e eu gosto muito como esta, por isso ela está nesta edição.